"A morada..."
Pensamentos estreitos, presos por suspiros
É a poesia da dificuldade a seguir o seu vento, com a
intensa chama
Não é porque a proclamamos, não é porque tudo faz sentido
Eu sei que um dia, aqueles sonhos, aqueles projectos e
intenções
Passarão do papel, das palavras ou mesmo dos lugares
escondidos
Mas agora, o que tu tens, ou o que eu tenho, passa
simplesmente por aquilo que queremos
Nós temos, intentamos, e certas vezes chegamos mesmo a
lamentar seja a falta de coragem
Ou mesmo a falta de tempo para que consigamos tudo aquilo
que queremos
Nada se constrói de um dia para o outro
Nem mesmo com versos soltos, numa poesia desgovernada como a
minha
Mas nada me deixaria mais sólido e confiante que a tua
presença nua, completamente natural neste nosso habitat, tão apaixonante e
curioso, interessante e inesquecível
E claro, é pequeno, é escondido, mas é nosso, é a nossa
versão dos versos de carinho
Louco, com toda a sua escuridão a despertar uma flor vinda
de um sentimento puro
Nunca será por distância, ou por lamentações, nem quando
tudo estiver mais difícil
Sei que nos vamos lembrar de recordar o que é para esse
efeito
Tu, eu, nós, com o nosso mais que tudo
O momento de conseguir é quando queremos, mas o momento para
podermos cair
Pode ser agora ou amanhã
A questão é só estares comigo até que momentos difíceis passem
Amando-me, tomando conta de mim e daquilo que possa ser
momentaneamente complicado
Contigo, tudo passa a ser somente um desafio
Por isso enfrenta a percepção deste sentimento que sabe, por
vias de senso comum
Que aqui, é onde mora o amor
O Nosso.
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